Vibra Energia aposta em CVC para se aproximar de startups e promover novos negócios

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Vibra Energia aposta em CVC para se aproximar de startups e promover novos negócios

Referência nacional no setor de energia com distribuição de combustíveis e lubrificantes, a Vibra, anteriormente BR Distribuidora, anunciou a criação do seu corporate venture capital em janeiro deste ano.

Batizado de Vibra Ventures, o veículo prevê aportar R$ 150 milhões em startups nos estágios seed e série A que ofereçam oportunidades e tecnologias complementares às áreas de atuação da companhia ou promovam novos negócios, produtos e serviços.

A expectativa é construir um portfólio de oito a 12 empresas para impulsionar os processos de inovação aberta e aprimorar áreas como transição energética, logística, meios de pagamento e mobilidade. Além dos aportes diretos, a companhia pretende investir em fundos nacionais e internacionais principalmente ligados à tese de energia, com o intuito de diversificar a carteira e gerar ainda mais oportunidades de parceria com as startups. “Somos uma empresa de mais de 50 anos que em 2021 se reposicionou para atuar como Vibra Energia. Embora fôssemos uma das maiores empresas do segmento, não éramos a mais eficiente e fizemos um movimento em busca disso, usando muita inovação e tecnologia”, afirma Renato Vieira, diretor de inovação da organização.

Nesse processo, a companhia compreendeu também a importância de planejar o seu futuro, de olho nas tendências de um mundo em busca de descarbonização e novas energias.

Com investimentos na casa dos bilhões para o desenvolvimento de novos negócios, a Vibra direcionou esforços para encontrar outras frentes de atuação. Nesse contexto, ela adquiriu participações na Comerc, uma das principais comercializadoras de energia do Brasil com vasta experiência em fontes de energia renovável, e na empresa de biometano ZEG Biogás. Além disso, criou uma joint venture de etanol com a Copersucar e investiu R$ 5 milhões na EZVolt para entrar no ecossistema de recarga de veículos elétricos. “Esses movimentos nos colocaram numa rota de novas alavancas de valor e negócios. Nos tornamos uma empresa muito mais eficiente, gerando valor para o core business de combustível.

Mas ainda há muito a se buscar em logística, operações, vendas, experiência do cliente, entre outros – e a inovação entra justamente para nos ajudar a buscar resultados no negócio principal e em novas frentes”, explica o executivo.

Como parte de sua jornada de inovação e transformação digital, a companhia criou o Vibra co.lab, hub que reúne as iniciativas de intraempreendedorismo, inovação aberta e corporate venture capital da organização. “O objetivo é conectar a empresa a startups que podem nos ajudar a complementar o core business, além de trazer oportunidades de negócios portadores de futuro, com tecnologias que nos ajudem a estar mais preparados para o que virá e fortaleçam nosso posicionamento nas áreas de energia, sustentabilidade e ESG”, pontua Vieira.

Unindo forças

O Vibra Ventures está em fase de negociação com as primeiras investidas. O veículo é gerido pela Valetec, gestora de investimentos em participações dedicada a empresas inovadoras e de base tecnológica, especializada em Corporate Venture Capital (CVC). Segundo Vieira, a parceria traz vantagens estratégicas significativas para o fundo. “A Valetec possui um time de sócios de destaque, com mais 20 anos de vivência no mercado de Venture Capital, além de ser a responsável pela gestão dos fundos de outras grandes empresas brasileiras dos mais diversos setores, totalizando R$ 1.35 bilhão de ativos sob gestão.

O fato de contarmos com os sócios da Valetec em nosso Comitê nos dá acesso a sua visão sobre os movimentos do Corporate Venture Capital no Brasil e no mundo, assim como do mercado de tecnologia como um todo”, diz o executivo.

Ele acrescenta que a gestora contribui para o desenvolvimento do fundo ao oferecer: conhecimento sobre as finanças corporativas pertinentes a startups (valuation, projeção, modelos de negócio, entre outros); playbooks de atuação, templates de estrutura; e processos de avaliação de startups, fundos e teses de investimento, o que reduz consideravelmente a curva de aprendizado do Vibra Ventures. “A Valetec oferece participação dos sócios com ampla experiência de VC e CVC no Comitê, compartilhando sua visão e experiência na avaliação de potenciais investimentos.

Ela atua na produção de estudos temáticos de acordo com os interesses da Vibra para aprofundar o conhecimento em uma área de interesse em que já atuamos ou explorar possibilidades em um novo mercado ou tecnologia. Além disso, conta com analistas capacitados para identificar, analisar e negociar com startups”, acrescenta Vieira.

Investimentos estratégicos

Apesar deste ser um período delicado para startups em busca de aporte, devido às altas taxas de juros, à correção dos valuations e à diminuição dos cheques, o diretor de inovação da Vibra enxerga ótimas oportunidades para o ecossistema. “Startups preocupadas com a geração de valor e que têm resultados, operação eficiente e não queimam caixa vão sobreviver. As empresas mais sólidas, com uma tese atrelada à dor do cliente e capacidade de escala, vão seguir tendo sucesso”, analisa.

Ele ressalta que o impacto da conjuntura macroeconômica atual tem sido mais forte nos estágios avançados e mais atenuados no early-stage e mid-stage, onde o Vibra Ventures atua. “Diferente do venture capital, o CVC não olha necessariamente para o atributo financeiro de curto prazo, pois tem um caráter muito mais estratégico. Isso abre espaço para o crescimento do corporate venture capital”, explica o diretor.

Vieira reconhece que, comparado aos Estados Unidos, o Brasil ainda está longe do percentual de rodadas feitas por fundos de CVC. “Há um espaço enorme para este mercado crescer, ainda mais considerando o caráter estratégico dos fundos em busca de soluções que complementam e se conectam com a tese da corporação. Não estamos preocupados com o inverno do venture capital, pois no CVC temos o potencial de fazer bons negócios com empresas de boas teses e capacidade de execução.”

“A atual conjuntura macroeconômica eleva a necessidade de se realizar investimentos de alta qualidade. Com isso, é de suma importância para uma empresa como a Vibra, que está iniciando sua jornada no Corporate Venture Capital, contar com a expertise de uma gestora especializada nesse mercado”, diz Vieira. O suporte permite que o Vibra Ventures realize os processos de prospecção, análise, avaliação, negociação, investimento, acompanhamento e desinvestimento de startups early stage com alto nível de qualidade, resultando em investimentos com maiores chances de sucesso e retorno mais elevado para a companhia.

Do lado das startups, há inúmeros benefícios de fazer parte do ecossistema Vibra Energia. Entre eles, a conexão com os mais de 30 milhões de clientes únicos que a organização atende por mês nos postos de abastecimento, uma logística com capilaridade nacional, atuando em multimodais. “Sete em cada 10 aeronaves usam combustíveis comercializados pela Vibra, e fornecemos energia para grandes clientes que representam 70% do PIB nacional. Temos relacionamento com mentores especialistas e com o mercado B2B, para o qual a startup pode ofertar seus produtos. Além disso, podemos conectá-las a tech players como Google, AWS e Microsoft para ajudar com o aparato tecnológico. É uma governança robusta que pode apoiar as startups em suas jornadas”, finaliza Vieira.