L4 Venture Builder, da B3, avança estratégia CVC para atrair negócios inovadores

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L4 Venture Builder, da B3, avança estratégia CVC para atrair negócios inovadores

Lançado em maio de 2022, o fundo L4 Venture Builder irá destinar R$ 600 milhões a negócios de inovação nos próximos cinco anos, sem estabelecer um ticket mínimo ou uma quantidade de empresas a serem investidas. O veículo de investimentos, capitalizado pela bolsa de valores B3, é direcionado a startups que atuam em áreas com alto potencial de crescimento como energia, carbono, finanças descentralizadas, tokenização de ativos, soluções para fintechs, neobanks, crowdfunding e pagamentos.

“A B3 criou o seu CVC para estar atualizada ao ritmo de inovação no Brasil e no mundo. O fundo nos permite olhar para novas soluções e inovações que, apesar de pequenas atualmente, podem ser gigantescas no futuro, e endereçar diferentes avenidas que permeiam o negócio da B3. É um fundo de inovação e inteligência para antecipar futuras demandas que podem ser necessárias para atender os clientes e a sociedade”, explica Pedro Meduna, cofundador do L4 Venture Builder.

O corporate venture capital é, portanto, um movimento estratégico para entrar em contato com empreendedores e negócios de rápido crescimento, com atuação em diferentes setores que impactam seu negócio principal e de crescimento em outras frentes. “Para negociar com founders e se aproximar de tecnologias que ainda não escalaram ou não estão 100% testadas e regulamentadas, era importante criar um braço de atuação com um novo time para dialogar com o universo de inovação”, pontua o executivo.

O L4 recebeu a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para começar a fazer investimentos em março deste ano. A Valetec entrou como parceira da iniciativa em um acordo de gestão temporária do fundo. “Chamamos a Valetec para fazer uma gestãoponte, acompanhando o desenvolvimento do veículo de investimento neste momento inicial”, diz Meduna.

A proposta da gestora é justamente atuar como um alfaiate, entregando soluções sob medida para o cliente. A Valetec customiza os produtos e as soluções para cada cliente, posicionando-se como um parceiro estratégico que não apenas entende as necessidades das corporações, mas também as ajuda a definir objetivos estratégicos. No caso do L4 Venture Builder, a intenção é que, com o tempo, a Valetec se torne uma espécie de conselheiro, deixando a gestão nas mãos dos cofundadores do fundo, Pedro Meduna e Tiago Wigman.

Construindo o portfólio

O L4 possui uma estrutura independente da bolsa de valores brasileira, com formato flexível para desenvolver seus negócios. Embora não tenha obrigação de fechar parcerias com as startups do portfólio, a B3 entende que a relação pode ser vantajosa para ambas as partes.

“Juntos, os players podem gerar insights, conversar sobre dores e potenciais de mercado e construir uma relação de clienteprestador de serviço, com a bolsa brasileira adotando a solução em suas operações.

O primeiro do L4 cheque foi para a Parfin, startup brasileira que fornece infraestrutura Web3 para criptomoedas, tokenização e gestão de ativos digitais. Em janeiro, a startup recebeu US$ 15 milhões em sua rodada seed, liderada pela Framework Ventures com participação do fundo de CVC da B3. Semanas depois, o L4 participou do aporte na israelense BridgeWise, que usa algoritmos e inteligência artificial para analisar empresas de capital aberto e gerar recomendações de compra, venda ou manutenção das ações na bolsa. O modelo atraiu o Group 11, a Mangrove VC e o L4, que juntos investiram US$ 13 milhões na companhia.

Em março, o fundo liderou um aporte de US$ 5,5 milhões na Vermiculus Financial Technology, startup sueca que desenvolve soluções tecnológicas para bolsas de valores, câmaras de compensação e liquidação e centrais depositárias. O investimento mais recente foi para a Teva Índices, provedora de índices do mercado de Exchange-traded funds (ETFs) brasileiro que captou R$ 13,5 milhões em uma rodada liderada pela gestora Quartz, com participação do L4.

Embora a conjuntura macroeconômica atual seja desafiadora para as startups, e os investidores estejam mais criteriosos para alocar o dinheiro, o momento traz oportunidades interessantes para fundos bem estruturados como o L4. “O mercado está mais devagar, então temos mais tempo para avaliar as empresas e ganhar confiança para assinar os cheques”, diz o cofundador do fundo. Meduna define o momento do L4 como um “otimista de forma cautelosa”, buscando oportunidades de investimento sem pressa.