Potenciais e oportunidades do CVC no Brasil
O corporate venture capital é um desafio complexo, mas repleto de oportunidades. James Mawson, fundador e CEO da Mawsonia e responsável pelo Global Corporate Venturing, Global University Venturing e Global Impact Venturing, destaca que o sucesso no CVC exige habilidades de um VC tradicional para identificar e selecionar empreendedores excepcionais, além de agregar valor estratégico à corporação.
No Brasil, grandes e poderosas corporações estão montando CVCs e trabalhando com gestores de Corporate Venture-as-a-Service (CVaaS), como a Valetec. O mercado de CVC no país está em crescimento, buscando mostrar retornos estratégicos e financeiros significativos. Mawson observa que muitos CVCs brasileiros são relativamente novos, com menos de cinco a seis anos, e muitos estão apenas começando a ver os resultados de suas primeiras decisões de investimento.
O valor estratégico dos CVCs, embora ainda em fase de observação, já apresenta histórias de sucesso locais. Mawson aponta que, em uma desaceleração econômica, a indústria de CVC pode enfrentar desafios, como o fechamento de CVCs e a venda de ativos a preços baixos, ou dificuldades para empreendedores em levantar capital subsequente ou receber o apoio prometido.
Mawson cita Henry Kravis, cofundador da KKR, para ilustrar que o verdadeiro sucesso no CVC não está apenas na aquisição, mas em como a startup e a empresa-mãe são auxiliadas. Ele ressalta que os empreendedores buscam apoio em capital, clientes, desenvolvimento de produtos, contratação de talentos e, eventualmente, um exit bem-sucedido. As corporações, por meio do CVC, podem oferecer suporte em todas essas áreas, alinhando interesses e gerenciando o relacionamento de forma eficaz.
O Brasil é visto como um dos mercados mais empolgantes para o CVC, devido ao seu dinâmico ecossistema empreendedor e ao tamanho e importância do mercado. Mawson enfatiza que o potencial é quase ilimitado, mas alcançá-lo requer treinamento, comprometimento de longo prazo e trabalho com as melhores equipes, seja internamente ou através de gerentes profissionais de CVaaS, como a Valetec.
Mesmo em tempos de crise macroeconômica, as oportunidades para CVCs existem, pois muitos têm um histórico limitado durante desacelerações econômicas. Mawson aponta que o capital de risco tende a ser pró-cíclico, mas os CVCs podem adotar uma abordagem anticíclica, mantendo o foco na inovação e em valuations mais atrativos durante períodos de capital escasso, o que pode beneficiar tanto as startups quanto as corporações envolvidas.
Por: Gabriela Del Carmen, repórter do Startups.com.br